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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

tempo... animal trinitário

ontem,
quando eu quis,
aranha,
te tecer,
faltou
um fio de vontade
dentro de mim.

teci meia trama;
frágil
para servir-te
de cama.

hoje,
quando eu fui,
verme,
te purar,
faltou pus em minha garganta
para a tua saliva
engolir.

escarrei meio grama
de um pus amarelo
com sabor de patê.

amanhã,
quando eu for,
cachorro,
fiel contigo,
talvez...
quem sabe
não existam mais
caninos em minha boca.

morderei,
banguela,
a tua canela.