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quinta-feira, 14 de abril de 2011
jean genet, 1985 BBC interview
não pude ser genet,
por isso
só,
por isso
só,
genetiquei um ser piorado.
assim, genet viveu e morreu em mim.
pode até ser que ,
um dia, talvez,
geneticamente modificado,
eu possa amar genet .
genet...
que vergonha da criatura que tu...
que eu...
que nós... criamos
para mim.
vou enforcar-te agora
em maços
de nicotina
engasgados !!!
câncer
na
tua
tua
garganta atolada.
vivo e morto genet !
vivo e morto genet !
meu caderno
caderno de
vinte e três pautas
ensina-me a escrever.
já escuto o rasgar
do grafite
arranhando tuas
páginas
irritantes e brancas;
falsas de um
vazio
pleno,
lento e pertinaz;
capaz;
audaz.
convocando
letras e grafias
para uma orgia literária.
daquelas em que
gramáticas são estupradas.
lembranças duma infância em que se catavam guaviras...
quero comer
guaviras pelo cú.
inteirinhas e
redondas.
deixá-las que façam
uma marcha inversa
pelo meu corpo,
até a boca
e no fim,
morder sua casca
dura,
fazê-la gozar
seu doce
líquido.
lembranças duma infância
em que se
catavam guaviras.
hoje,
vamos enfiar guaviras
ao cú.
estar: verbo futuro improvável
sei tarde
o quanto amanheci em você.
pra me acordar...
tive que gritar:
estamos surdos?!
estamos mudos?!
estamos os mesmos?!
próstatura
a cor vermelha
do
tomate
sara
minha próstata.
cura meu cú
de uma tristeza
longa...
larga...
e frouxa.
vou comer
muitos tomates.
saladas curam meu cú.
será ?
será?
sério?
será ema?
será que ela me ema?
será que me ama?
onde vive olhos azuis tão lindos?
no sul do mato?
no mato grosso?
não.
no grosso mato alagado do sul.
desejo uma série de abraços
de ti seriema !
havaianas azuis
paste cidreira
e acalme tua alma
oh... doce gelada criatura.
te oferto
minha loucura
ácida,
e minha vida curta
para que caminhes por ela
com tuas havaianas
azuis
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