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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

pós faccio

andava atras de letras e escrevinhando arranhuras na minha mente e meu coração, acordado, querendo, em sonhos, me despedir de vocês seguidores e daquilo que me fez agredir letras na tentativa desesperada do reencontro. noousferatus morreu. convidei roberto para me explicar como uma carpideira em velório alegre e encantado. sem mais motivos. fui.



segunda-feira, 11 de junho de 2012

sol


... na pobreza, no desamparo e na falta de arrimo de todos os pensamentos, lembranças e sentimentos de minha alma, isto é, na obscuridade de minha inteligência e no sofrimento de minha vontade , na aflição e na angústia da memória, deixando-me às escuras na fé pura, que é noite escura para as potências naturais, somente com a vontade tocada pela dor, pelas aflições e pelos anseios de amor de DEUS, saí de mim mesmo, isto é, do meu modo rudimentar de entender e do meu frágil estilo de amor, de minha maneira pobre e limitada de gozar de DEUS, sem que a sensualidade nem o demônio me hajam atrapalhado em alguma coisa.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

sexy, durão e crú

sexy quente

frio,

feito gente.

sexy livre

forte,

feito homem, tente.

sexy fundo

profundo o mundo.

sexy sempre

mulher me quer

para sempre.


durão

em riste,

sempre.

dura enquanto sente.

duro...

eternamente.

durão...

durão...

durão sempre.

velhos durarão duros

muito tempo;

durão o mesmo

portanto, sente...

levante.

devagar

vagar

duro

durão eternamente.


crú

cruelmente...

cruel para sempre.

vítima crua

docemente,

crú.

nú.

meio todo

todo dia sempre.

mesmo que quente,

crú,

cruelmente.

todo dia é 19 de abril na reserva indígena de dourados!

terça-feira, 20 de março de 2012

tudo, nunca, sempre ontem


tudo em mim aconteceu
noutro ontem que fui eu.
ainda, dentro de você,
vejo outros em nós dois:
vejo nós
feitos
cegos e
apertados.
atados num ato doido
fácil e fundo.
vejo tudo num nada por segundo.

nunca quis,  preso,  em ti ficar.
fugia sempre em dias de visitas
em filas;
mulheres e marmitas cheias,
em filas.
domingos,
em filas.
segundas,
em filas.
terças..
“vamos fumar um?”
dois e três... um?
talvez...
nunca mais vou dormir profundo
sonhando você desenhando ao meu lado.
acordo nunca.
sonho nunca.
nós nunca
mais.
nunca mais outra vez?

sempre ainda vou dizer.
sempre amor vou proclamar.
sempre perdão vou dilatar.
sempre beijos vos negar.
sempre ainda desejar
um abraço seu me sufocar,
arte sua me maltratar.

ainda ontem
quis, menino, te abraçar.
ainda ontem...
você fugiu.
ainda ontem ninguém viu
o muito que nos uniu.

( “Se as ideias não nasceram de nenhuma experiência, então são sem importância. Devemos evitar generalizações como “tudo”, “nunca”, “sempre”,  e evitar a busca pela universalidade dos conceitos, como faziam Platão e Aristóteles. Estas afirmações não podem corresponder à realidade, que é sempre plural, diversa, ao mesmo tempo particular, individual, então a base universal da racionalidade é um equívoco.”) Viviane Mosé em O Homem que Sabe.

ainda ontem
mesmo
tomei consciência bruta
do quanto me equivoquei
sempre que
abruptamente
me deixei de você.
ainda ontem um equívoco,
abrupto
com cobertura caramelada
de racionalidade.

matam-me, sempre, os teus artistas.
plurais
equívocos,
de uma singular razão.
ter-se.
sem
estar-me.



20 de março de um 2012 quente e seco: outonices.




segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

o matador de baratas ou a “parusia” das baratas


mate baratas.
tlac.
mate mais.
tlac...tlac.
mate muitas baratas.
tlac...tlac, tlac...
mate mais baratas,
se isso te faz melhor...
mate mais.
mate mais baratas.
não seja mono,
sede vários.
não seja vago,
sede pleno.
não seja simpático
sede um matador de baratas,
se isso te faz melhor...
pise firme.
compre chinelos novos
com novos solados emborrachados.
esmague baratas...
crec.
estoure baratas...
ploc...ploc.
firme os pés.
mate mais baratas,
mate muitas baratas.
se isso te faz melhor...
compre“sprays” mágicos
e aplique um banho dourado nelas.
baratas douradas
reluzirão ante tua fúria noturna,
ensolarada e amarga.
baratas platinadas em “neons”
te enxergarão,
te olharão
te perdoarão.
baratas brilham na noite vazia.
acorde.
mate baratas
toda noite,
noite e dia.
se isso te faz melhor...

plumtcum!!! top!
(...)
o mundo explodiu-se.
não o seu mundinho embriagado.
o mundo
antimonotonia.
plumtcum!!! top!
uma bomba
explodiu a monotonia.
plumtcum... top.
bomba antimonotonia.
fim do mundo.
seu fim.
fim de tudo.

escatologia barata em posfácio:

só ficaram as
baratas.
só restaram
baratas vivas,
resistentes e atômicas.

as mortas?
aquelas que te fizeram melhor?
também.
vivas.
renascidas.
ressuscitadas todas,
no dia do juízo final,
pelo deus barata
delas.
elas creram.
você não.
elas foram salvas.
você não.

parusia das baratas.
isso vos digo
caros,
para que creiam.
(...)

(se isso te faz melhor...)

banda uó... rosa

monbojó... antimonotonia

marina lima e samuel rosa... pra sempre

volantes... no corredor ali

cidadão instigado... contando estrelas

cibele ... sapato azul

limite (1931) por mário peixoto

someone like you ... adelle

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

esconde-esconde

brinquei
de esconde-esconde,
me achei.

no meu encontro
com você
desapareci.

descobri
o que você cobriu.
encontrei
o que eu era
antes de você.
contra o você
escorrendo em mim;
entre
aquele que era e
este que é
aqui.

e eu era...
eu sou.

você?

só um intervalo
entre
aquele que era e
este que é
um velho novo.

você?
(...)
barracão de zinco
sem telhado.

eu?
(...)
uma nova
casa caiada alugada.
sem jardim.
enfim (...)
mas o céu está lá.
todos os dias e,
estrelas,
em quase todas
as noites.

art tríade

moacir bruteza,
moacir dureza,
moacir leveza,
moacir arte bruta

bruta dor,
que leve seja.
quando subo a ladeira,
escorrego na barra da saia
rodada
em babados
“balonê” vaginal,
balão azul:
chifrinhos !
chama não, que eles vem.

flutuo
flúor dourado,
feito humberto,
rasqueando o céu de bois
pintados,
pincelados
num pasto grosso
de mato salgado.

charque espíndola
com mandioca cozida.

expresso lasar
press
expressionismo;
expressou a fealdade
duma europa quase em guerra.
tardo antes.
não me atraso.
chego cedo
à mesa do modernismo .
brasil 1913.

mangue em cores.
vou morar na favela,
expressionismo
belo,
brejeiro e
involuntário.
à moda da casa
brasileira.

gravo.
imprimo.
resolvo.
destruo (...)

 




dionne bromfield e zalon

pet shop boys

aretha franklin

gabi amarantos

rox

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

tempo... animal trinitário

ontem,
quando eu quis,
aranha,
te tecer,
faltou
um fio de vontade
dentro de mim.

teci meia trama;
frágil
para servir-te
de cama.

hoje,
quando eu fui,
verme,
te purar,
faltou pus em minha garganta
para a tua saliva
engolir.

escarrei meio grama
de um pus amarelo
com sabor de patê.

amanhã,
quando eu for,
cachorro,
fiel contigo,
talvez...
quem sabe
não existam mais
caninos em minha boca.

morderei,
banguela,
a tua canela.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

leva-e-traz

leva

minha roupa suja

traz

tua roupa limpa

leva

minha alma limpa

traz

tua vida suja.

leva

a pá,

traz

a vassoura.

me leva.

te trago

aceso.

te trago

apagado.

trago seco.


leva leve tua sandália

desamarrada.

traz pesado meu cadarço

preso.

hortelã

cominho

pimenta-do-reino

nóz-moscada

curie

alho

cebola

sal

"sazon"


pão ázimo.


leva-me

traga-me


ervas amargas sem cordeiro.

pipoca sem sal.

sorvete sem cobertura.

traz

vai

ida-e-volta.


comprei, ontem,

tua passagem para Itajaí.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

o quê do que?

o quê que sobra?

o quê que fica ?

o quê que se ouve?

o quê que se faz?

o quê que se diz?

o quê que eu fiz?

o quê do cadê?

o quê do quê?


o quê que sobra?

um pedaço de torta de limão.

o quê que fica ?

um fundo de sorvete derretido na casquinha.

o quê que se ouve?

"ai, ai, se eu te pego (...)".

o quê que se faz?

filhos sem pai.

o quê que se diz?

"filho da puta"!


o quê que eu fiz?

o museu do agora.

o quê do cadê?

quadrado.

o quê do quê?

redondo.


o quê?

onde?

quando?

quê?


o quê que sobra?

o quê que fica ?

o quê que se ouve?

o quê que se faz?

o quê que se diz?

o quê que eu fiz?

o quê do cadê?

o quê do quê?


o quê que foi?

o quê que pegou?

nada a dizer.

nada fazer,

que o quê do que

já não disse

e fez.

hoje:

tudo de novo outra vez !

quê?!

quase não sobra nada... eddie

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

não genital

fui fundo.

cheguei raso.

corri profundo.

parei enérgico.


fui fundo na publicidade

do desejo cultural.

cheguei raso na maturidade

industrial.

corri profundo na materialidade

celestial.

parei enérgico no desejo

de uma amizade espiritual.


quiz deus.

ele me quiz.

nos traímos.


o afeto anda fora de moda.

a guerra é a última tendência.

a paz está "demodê".


cheguei raso.

fui fundo.

corri profundo.

parei enérgico na mágica

realização imediata

de um desejo.


do pensamento me libero

quando gozo

quando existo

quando durmo.


consumo

quando sonho felicidades

irrealizáveis.

felicidade imediata.

onde está?

na clausura?

na rua?

num copo sujo de vinho quebrado em baixo da cama?

num café amargo

coado num coador de pano cheirando baratas?

num cigarro aceso?

(...)

apagado?


consagrei

meu amor inibido.

sem genitália.


mamífero.

amor mamífero.

leite (...)

"nescauetody"

mamífero que sou

faço

asso

morno

numa caverna que,

por uma fresta de "rock"

me liga.

me acende.

faíscando meu animal.


faíscando eu

animal genital.

"madona" divinal.

"amy" sacral.

"foucault" espiritual.

"genet" piedoso.


oh! virgens... onde estão?

puras e santas

onde vão ?

positivo negativo.


positivo amor.

amigo sou-te.

(...)

sem troco nenhum.

apenas



algum.