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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

na clausura

(...)




um silêncio

dois silêncios

três silêncios

(...)



psiu...



assim

vazio

de  

sons vocais.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

desmaio e findo em onomatopéias

bem-te-vi ...

bem-me-quer ...

malmequeres

por tanto

desquerer-te

bem-te-vi

de tanto

cozer contigo

bem-me-quiz

por tudo

que te fiz

boto-fora     ... (e rasgo)

o que me destes

leva e traz

o que consigo

fica           ... (desenhos)


pisca - piscas

tico  - ticos

ploc - plocs

(...)

tique - taques

parassintetismo do querer-te

abunda

almada de luz

tristecer

a cabeça em dor

noitecer

pela manhã já morta

anoitinha

desalmar o pai

atardinha

entristecer a mãe

denoitinha

te abraçar

sal

chupo manga

verde

dobro a manga

doce

verga a alma

dura

da camisa

sem gola

quinta feira

pura

santa

me degola

sal grosso

agora

sábado, 26 de novembro de 2011

código de posturas de 1905

Art. 45


"...é proíbido fazer barulhos, algazarras e dar gritos durante

a noite, além de fazer-se sambas, Catiretes, ou outros

quaesquer brinquedos que produzam estrondo ou vozeria

dentro da Villa ..."


POBRE VILLA DO SANTO ANTONIO DO CAMPO GRANDE

terça-feira, 11 de outubro de 2011

ser e ainda nada por ser

ser
e ainda nada ser por nada
estar e ainda
por vir a ser
então
tomando fanta 
quanta uva
manta de lã
touca de luz na cabeça
neon
fluorescente


ser então 
por que
para que
de onde
perguntas
questões em mente frente única
calcinhas em mente
verso 
nu
verso
nu
verso


todo dia impuro
casa de santo barroco
inútil
mente
crente
ente
por vir a ser
descrente
em tudo o que o amor desmente


eu não sabia
que o saber mente
quando
frente a frente
tente
com
você nova
mente
mente
mentiras puras
e suspira verdades
caladas


ser o 
nada
ser


ser o nada 


ser ou nada


tudo ainda por vir
futuro
luminoso
novo
controverso
contra luz
contra tudo
a favor de noivas
puras
e brancas
sem véus nem manhas
só calcinha
branquinha


umas puras
outras vivas
noutras
flores sem espinhos


vigilante
a postos
sentido
soldado aranha
capitão piranha
numa ilha
vazia de gente
vazia no mundo
vazo
vazante
vasectomia
livre de si
por si só
vasodilatante
vaso
raso
passo a passo
a traz
adiante
nascer
correr
beber e vomitar
o seu futuro
metafísico


ontologia
da fuga


metafísica do
recém chegado


dialética
do inútil


filosofia
amiga da dor primata
consciência de inábeis cores
assassina
de amores


hermenêutica
de mim


ciência
de você


pragmático
instantâneo
instantinho

por
mim.







quinta-feira, 6 de outubro de 2011

perturbado alaranjado

brincar até o mundo acabar
sorrir até o mundo parir
esquecer até me lembrar
andar até que ronde 
pulsar até que morra
morrer até que nasça
nascer até que engasgue
comer até que tenha fome
fingir até que pareça sério
correr até que cansado, sente
beijar até que molhado, se seque
arroz até que feijão em alho queimado


piscina mesmo em dia cinza
pão mofo
até que mãos toquem
toquem os sinos
toquem as maçãs
toquem os joelhos
troquem o dinheiro
quero troco
até seu moço
até seu dia
até um dia


até que fique carne no pescoço
até que 
eu
vivo
morto
encare teu rosto
sem dó
nem 
medo
em frangalhos
desossado de uma mente pura
e nutra
por ti
ainda que sem ti
mas 
todavia longe
distante
de toda atenção 
sofrida
diluída em dias
gastos
no pasto
eu coma
eu chupe
eu beba
eu mate
coma eu
chupe eu
mate eu
mate leão de erva preta
chupe bala doce com corante azul escarlate
beba cruel teu leitinho
como mansinho teu macarrão instantâneo
em dias
passados assim
enfim
passados


de longe 
nem o cheiro
de longe nem os passos
me levam de volta de onde eu vim
nem você
monstro manso interior
desperta em 
antártica gelada
me lava 


pra terra do desamor
não volto
não me levem


me queimo ao pensar
vítima do desassossego 
sossego ao lembrar
passos no escuro
escureço ao pensar
laranja
laranjado
perturbado
perturbado alaranjado
paulado

domingo, 2 de outubro de 2011

exú tranca ruas das almas


lama


juizo final - nelson cavaquinho 1973


nós os mesmos



ensimesmados
mamando na teta da vaca mãe
sob o mesmo giral
em que ela pariu
belzebus
desnutridos.


serpentes
voadoras
dançando enroscadas
em guarda-chuvas abertos
translúcidos
em dias que a chuva não cai
não molha
não verte
não teima
sua aventura




arrastar-se
serpenteando
cruel
devoradora
em cima de carne morta


isso assim
meigo
humano e doce
carnificina


devoras carne podre
burguês pobre
sem conta no banco
a espera de algum trocado


"...pra dar garantia"


a crueldade lhe cai bem
combina com seus olhos 
orna com tua boca
respira fundo
tudo
indo


deveras humano
fraco
tardio em febre
cospe saladas doces


ovos e mel


não preciso nem ovos
nem mel


mato minha fome com formigas
vivas
entram em mim vivinhas
caminham dentro
em fila
carregando nódulos
bolas de sangue


prefiro crianças malvadas
matam formigas.









você.


sexta-feira, 30 de setembro de 2011

ou ainda um pouco pior


vou torturar você hoje
para aliviar
minha
culpa.


tua 
vida
escancarada numa
lupa.


aumentar seus vícios
agigantar teus erros
maximizar tua cena
quebrar a tua cara.


(o futuro corrigiu este último verso) 


engolir tuas 
risadas
mastigar tua
loucura.


tudo isso
para esquecer de mim
em você.


a lua apagou.


risadas sonoras
ecoam da
selva.


é noite em meu coração.




(escrito amargo em nove de setembro de dois mil e dez )

calcinha preta


dou gargalhada, dou dentada na maçã da luxúria, pra quê?


mamãe vou levar você para pescar no rio miranda


quinta-feira, 29 de setembro de 2011

os teus não estavam lá




sei das tuas manhas
sei de mim
menos do que sabia
um dia
do mundo inteiro




sei das tuas sanhas
daninhas
em vida agreste
sereno leste
oeste
bodoquena




sei dos teus medos
que me assustam
e encorajam
os livreiros
sujos
dum mundo em
ácaros
de livros não lidos
estantes
vazias


sei dos teus pelos
menos do que devia
puro êxtase
de quatro
em atos
dois em cena


sei de globos
que giram
giram
giram
giram
fracos
em espalhar
luzes
cruzes
cores
tremores
num teto
sobre nós redondos


(... não pise no chão .)


sei dos teus pés
por onde andam?
não sei mais
dos teus passos
por onde pisam?
por aí
aquidauana.


sei que agora
sabes também
dos medos meus
dos sumiços meus
dos desamores meus
tudo dentro
fundo
cara no chão da praça
vejo pés
muitos pés que passam na altura do meu nariz


os teus não estavam lá.



sexta-feira, 16 de setembro de 2011

" eu sou um negro gato ..."

POR QUE TE AMO

parabéns pra voce

pra nunca mais chorar - josé roberto

ta boa santa






claudio lins e tambor carioca cantam
"ta boa santa"
trilha original do filme
"dzi croquetes"

james brown dance DZi !





o pato






samba de mudar

lennie dale